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Retorno ao sensório: a Missa da Consciência Negra na Comunidade Quilombola do Bairro de

Fátima em 2021

 

Lívia Rabelo


 

Comunidade Quilombola do Bairro de Fátima, Ponte Nova-MG, 20 de novembro de 2021

A Missa da Consciência Negra na Comunidade Quilombola do Bairro de Fátima (Ponte Nova – MG) é um evento anual tradicionalmente realizado no dia 20 de novembro. A missa encerra a programação da Semana da Consciência Negra, sendo celebrada na Capela de Nossa Senhora de Fátima. Entretanto, com a imposição do isolamento social decorrente da pandemia do Covid-19, a Semana da Consciência Negra foi realizada de forma remota e a missa não aconteceu como de costume no ano de 2020.   retorno ao sensorial (Stoller, 1992; Tambiah, 1985; Meyer, 2019) da missa se deu em novembro de 2021 na Casa Ganga Zumba. Apesar da escolha da Casa ter se dado em função do maior espaço possibilitando o distanciamento social necessário e acolhendo as pessoas da comunidade, simbolicamente, a celebração na Casa consagra esse momento em diversos aspectos: as lideranças da casa serem as que estão à frente na  issa; a sacralidade da Casa; a Casa como espaço comunitário; e a  ntimidade entre a Casa Ganga Zumba e a Casa de Fatinha (Capela local). Este ensaio fotográfico dá foco ao sensório na composição da experiência festiva, enfatizando: olhares que comunicam; o contato físico com a santa; o contato com o espaço sagrado que é a Casa Ganga Zumba; a sonoridade e vibração do toque dos tambores e do cantar; o cheiro da comida; e os  sabores, aqui representado pela broa de fubá. Tais sentidos são de fundamental importância para a eficácia dos rituais (Peirano, 2014) e compõem a “Alegria do povo negro” tão enfatizada por essas lideranças. As orações, os cantos e as danças são saberes grafados no corpo (Martins, 2003), além de dimensões territorializantes (Anjos, 2004).

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