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mesas de abertura e encerramento

saberes e narrativas da luta pelo dia a dia

Nesta edição do Seminário des Alunes do PPGAS/MN, gostaríamos de propor uma reflexão mais atenta às práticas e relações que permeiam e fazem a vida em seu cotidiano.  Ao invés de tratar o dia a dia como um espaço pacificado, desprovido de conflitos e disputas, meramente reproduzindo os automatismos cotidianos, buscamos um olhar mais aguçado que se concentre em suas formas específicas de agência, disputas, narrativas, violências, saberes e lutas. Esta proposta atravessa múltiplas escalas, espaços e temporalidades, pois, ao contrário de ser algo voltado exclusivamente ao micro ou ao imediato, a costura do dia a dia articula uma teia relacional que conjuga diversas dimensões, desfazendo oposições estanques, como entre público e doméstico, micro e macro, produção e reprodução, curta e longa duração. Neste sentido, convidamos todes a assistirem nossas Mesas de Abertura e Encerramento.

mesa de abertura: o direito ao território e as narrativas anti-indígenas

A constituição de 1988 garante aos povos indígenas o direito originário sobre as terras que tradicionalmente ocupam. No entanto, a realidade presente ao longo dos anos apresenta a intensificação da luta diante do estado brasileiro para que a carta magna seja executada e os direitos conquistados, respeitados. Nos últimos anos, as narrativas conflitantes em torno ao território tem se recrudescido: por um lado, a luta incessante dos povos indígenas por paz e justiça e, por outro, as de atores que vêm construindo um corpus jurídico que salvaguarda interesses de grandes capitais, instalando uma narrativa anti-indigena na tentativa de legitimar argumentos em torno da ocupação de territórios estratégicos. Esta mesa visa articular uma reflexão crítica sobre os processos em curso, aguçando a perspectiva a partir de contribuições antropológicas ao se concentrar tanto nos projetos de expropriação, quanto nas possibilidades de lhes fazer frente.

transmissão via youtube - https://youtu.be/IDHY9XX4rdE

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Cristiane Júlião Pankararu (UFRJ/MN)

Cristiane Julião é do povo Pankararu. Graduada em Geografia pelo Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco (CEVASF/PE), mestre e doutoranda em Antropologia Social pelo Museu Nacional/UFRJ. Faz parte da Articulação dos Povos Indígenas e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírto Santo (APOINME); da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB); da Articulação Nacional de Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) e representa o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) no Conselho de Gestão do Patrimônio Genético, Ministério do Meio Ambiente (CGen/MMA) e na Câmara Setorial de Povos Indígenas, Povos e Comunidades Tradicionais e Agricultores Familiares (Câmara dos Detentores).

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Mariana Albuquerque Dantas (UFRPE)

Professora do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Rural de Pernambuco, possui doutorado e mestrado na mesma área pela Universidade Federal Fluminense. A tese foi premiada em 2015 pelo Arquivo Nacional, sendo publicada com o título “Dimensões da participação política indígena: Estado nacional e revoltas em Pernambuco e Alagoas, 1817-1848”. Desenvolve pesquisa sobre grupos indígenas no século XIX, enfocando dinâmicas sociais, reelaboração de identidades coletivas, estratégias indígenas, participação política, espaços informais de exercício da cidadania e formação do Estado nacional brasileiro

mesa de encerramento: fazendo a vida cotidiana em tempos de pandemia

transmissão via youtube - https://youtu.be/0mRp9IPUuN4

Os estudos antropológicos sobre economia colocam um desafio para os pesquisadores das ciências macroeconômicas: como distinguir a política econômica estrutural, aquela que compreende a noção de economia cotidiana (economy) baseada em moldes, cifras, números e siglas produzidas por especialistas, do fazer a vida cotidiana que está diretamente ligada à ideia de ciência econômica (economics), aquela que se estrutura nos modos relacionais de produção e reprodução: do ir ao mercado, pagar o transporte o público e as despesas do dia a dia? Como esses incrementos no custo de vida têm impactado o dia a dia da população no Brasil? Esta mesa tem por objetivo discutir as ressonâncias das incertezas em meio à uma crise moral, política, sanitária e econômica, sobretudo entre populações não-brancas no Brasil.

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Federico Neiburg (UFRJ/MN)

Possui graduação em Antropologia Social no México, mestrado em Buenos Aires e doutorado no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Atualmente é professor no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS), Museu Nacional, UFRJ e também pesquisador principal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), coordena ainda o Núcleo de Pesquisas em Cultura e Economia (NuCEC). Desenvolve pesquisa de campo no México, na Argentina, no Brasil e no Haiti. Dentre diferentes linhas de pesquisa se encontra o estudo das articulações complexas entre práticas e teorias econômicas eruditas e ordinárias, e a elaboração e circulação de dispositivos que servem para conhecer e governar a economia, como os indicadores (de inflação, risco, etc.) ou as leis (de emergência econômica), entre outros.

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Pablo Bielschowsky (UFRRJ)

Possui graduação em ciências econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002), mestrado em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005) e doutorado em Economia pela Universidade Federal Fluminense (2015). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Teoria Econômica, atuando principalmente nos seguintes temas: microeconomia, desenvolvimento e economia política.

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